domingo, 20 de julho de 2008

EU TENHO MEDO DE RELIGIOSOS FANÁTICOS!

“Eu sou temente a Deus!” Esta frase muito usada por religiosos fervorosos para designar a extensão de sua fé, sempre me soou muito estranha. O Deus onisciente, onipotente, onipresente e, principalmente, justo, não tem outro modo de “controlar” seus inferiores que não seja o temor? Isso sempre me pareceu coisa de ditador. Um Ser que tudo pode deveria poder usar um outro método. Um ser humano que usa esse artifício pode se desculpar dizendo que não conhece outro, mas e o Ser onisciente?

Nunca participei da formação de nenhuma religião, mas a história mostra que a grande maioria delas se formou baseada em torno de um Deus (ou vários deuses) que eram vingativos. A história também apresenta relatos de que as religiões eram, muitas vezes, associadas ao governo, chegando até a determinar o governante nos casos mais extremos desta união.

A sede de poder dos líderes religiosos deve ser uma das raízes da imagem de um Deus rancoroso e implacável!

Porém em tempos de desvinculação do governo à religião e de liberdade de culto, qual o motivo de se manter essa imagem? Depois de séculos ou milênios de crença, não é tão fácil alterá-la. Os seguidores “pedem” que seja assim, afinal é o único modo que eles aprenderam desde a infância: seus próprios pais os educaram e ensinaram princípios morais através da punição e do medo. É natural que seja desse modo! Também é natural que líderes religiosos fiquem tentados com o poder que sua posição lhe dá. O líder que é considerado um (se não o único) canal de comunicação com o "Deus que pune os maus e premia os bons", também fica tentado a manipular as mensagens de Deus em benefício próprio. Muitos “caem em tentação” e se especializam em prometer “em nome de Deus” que todos os problemas serão resolvidos se o seguidor provar sua fidelidade e confiança no Ser Supremo. Essas qualidades, geralmente, se traduzem em doação material e em busca de novos adeptos. É muito justo que um templo religioso seja mantido pelas doações de seus adeptos e que esses adeptos queiram que mais pessoas sejam beneficiadas pela revelação que lhes foi concedida. O problema acontece quando estes são os objetivos da religião.

Este texto não é uma defesa da minha religião, nem condenação das outras! Por isso deixo bem claro que posso detectar todas essas características, em maior ou menor grau, nas correntes religiosas que tive mais contato: Protestantismo, Catolicismo e Espiritismo, sendo esta última a corrente que sigo.

Retomando o assunto... Somos abordados na rua ou em coletivos por religiosos cheios de temor. É com esse mesmo temor que eles tentam nos persuadir. Não era pra menos, você só pode dar aquilo que tem. Se você tem medo, você dá medo! E essas pessoas me dão medo! E quase sempre que eu os escuto, o medo me leva a pensar que eles devem estar certos e questiono minha opção religiosa, mas quando questiono o “temor a Deus”, percebo que medo não tem nada de divino, portanto se a minha opção estiver errada, a deles pode estar certa, porém eu tenho fé de que o motivo está equivocado.